A transição energética é uma prioridade global e Portugal tem-se posicionado como um dos países europeus mais comprometidos com a redução das emissões de carbono. No entanto, esta transformação tem implicações profundas no mercado de trabalho, exigindo uma requalificação massiva da mão-de-obra e uma reconversão de setores económicos tradicionais, como a produção de energia térmica e a indústria automóvel.
O encerramento de centrais a carvão, a descarbonização dos transportes e o crescimento das energias renováveis geram novas oportunidades, mas também criam rupturas sociais. Regiões que dependiam de indústrias poluentes enfrentam perdas de emprego e diminuição de rendimento, o que exige políticas públicas eficazes de apoio à transição justa, formação profissional e mobilidade laboral.
Ao mesmo tempo, surgem novos postos de trabalho nas áreas da energia solar, eólica, gestão ambiental e eficiência energética. Estas oportunidades requerem perfis técnicos e especializados que ainda escasseiam no mercado nacional. A resposta passa por programas de formação acelerada, parcerias com institutos politécnicos e incentivos à inovação empresarial no setor verde.
A transição energética, se bem gerida, poderá tornar-se um motor de renovação económica e de combate às desigualdades regionais. Para tal, será fundamental antecipar as mudanças, envolver os atores locais e assegurar que ninguém fica para trás no caminho rumo a uma economia mais limpa, resiliente e inclusiva.